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#46 – Crowdfunding de investimento: uma forma eficiente de investir em startups | Entrevistada: Camila Nasser
Quando o assunto é investimento, muitas pessoas optam por ir pelo caminho mais seguro, ou seja, garantir ações de empresas já consolidadas no mercado, mesmo que o retorno financeiro nesse sentido seja pequeno em um primeiro momento. Por outro lado, hoje já temos opções que se mostram cada vez mais interessantes, como o crowdfunding de investimento em startups promovido pela Kria.
Para falar sobre esse novo mindset de investimentos e provar que o crowdfunding de investimento é uma forma eficiente de investir em startups, conversamos com a CEO da Kria, Camila Nasser.
No início da entrevista, Camila responde qual é a diferença entre vaquinha virtual, financiamento coletivo e investimento coletivo. Ela explica que no caso da vaquinha, estamos falando de uma doação ou ajuda para desenvolver um produto. Por outro lado, o investimento coletivo, cada investidor seleciona sozinho a sua oportunidade. É uma oportunidade de investir para que você se torne sócio de um negócio.
Sobre a trajetória da CEO, que hoje tem 27 anos, ela conta que, quando mais nova, decidiu ingressar na faculdade de Administração Pública. Nasser revela os motivos para ter deixado o curso após apenas 4 meses: “eu estava sentindo o meu potencial criativo sendo danificado”. Foi aí que ela migrou para a comunicação, buscando “mudar o mundo”, algo que ela sempre desejou. Foi quando elaborou o Kria, em 2014, em parceria com Frederico Rizzo.
Camila também responde se é possível ser sócio de uma startup investindo pouco e participar do alto retorno que uma startup geralmente alcança. “Tem muita startup legal que vai te dar um retorno incrível, mas você não vai ter o retorno de 1000x (daquilo que foi investido”.
A partir daí, Camila conta como funciona a plataforma do Kria: “Investir com o Kria é participar dos primeiros IPOs das empresas, é uma oferta pública de uma empresa privada”. Sobre o ecossistema do site, a CEO diz que o objetivo é deixar os empreendimentos mais acessíveis para possíveis investidores, furando a bolha tradicional.
Nasser também deixa claro que, apesar do crowdfunding ainda não ser legalizado na época em que o Kria foi criado (2014), ela diz que a empresa encontrou uma forma de ofertas públicas para empresas. “O papel do empreendedor e do mercado é inovador, e o regulador precisa sair correndo atrás. Precisa existir uma inovação prévia à qualquer regulamentação”. Ela lembra também que o crowdfunding deu tão certo, que após três anos a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) regulamentou o mercado, e em 2020 ela já estava propondo mudanças de melhoria no crowdfunding.
E qual é a diferença entre o Private Equity, o Venture Capital e o fundo de investimento? Camila responde: “As plataformas de fundo investimento estão inseridas tanto nesse mundo do Private Equity, quanto do Venture Capital.” Ela também complementa, dizendo que o Private Equity ainda está muito focado na tecnologia, enquanto que o Venture Capital busca negócios em estágios embrionários.
Nasser também conta quando você pode obter algum retorno no caso das startups. Isso pode ocorrer quando o negócio é adquirido por algum player estratégico, quando há fundos maiores investindo na empresa ou quando as startups abrem um IPO na bolsa. Além disso, ela também explica que na saída do investimento, o investidor vai ter como retorno uma porcentagem do que a empresa vale naquele momento.
Perguntada sobre se os mini IPOs um dia vão equilibrar as small caps da bolsa de valores, Nasser responde: “O Equity Crowdfunding é um mercado que evoluiu muito, e agora estamos à espera de uma mudança na CVM que faça com que empresas maiores possam captar investimentos”. Assim, ela ressalta que existem limites para empresas que querem participar dessa captação de investiment...