Simples Vinho
SV#53: Confraria – Tannat Daqui e Dalí
Nossa degustação de fevereiro teve comparação de Tannats uruguaios e brasileiros – quem terá sido o preferido? Teve vinho australiano também. Enlatado! E bom! Vamos conferir?
Vinho Australiano – esse desconhecido
Verdade seja dita: muito pouco ou mesmo nada sabemos sobre vinhos australianos. Os poucos exemplares que por aqui chegam são os mais simples (que nem por isso são baratos no nosso mercado) ou os inacessíveis.
Como eu adoro quebrar (meus próprios) paradigmas, já entramos na Austrália com um vinho em lata! A embalagem já entrega que não seria o esscolhido para a comemoração de bodas de diamante da vovó, mas é um vinho legal (ganhou até premiações em que concorreu com “engarrafados sérios”) e foi uma ótima desculpa para começarmos a falar sobre esse gigante desconhecido para nós que é a Austrália.
Confira as notas breves sobre o Barokes Bubbly Branco abaixo ou no áudio, com a história completa.
Quem tiver um tempinho e puder responder a pesquisa sobre nosso consumo de vinhos australianos clique aqui.
Nosso australiano de South Eastern Australia: o Barokes Bubly Branco
Os tintos da noite – muitas caras do Tannat
Foi uma noite de tintos caprichados, todos varietais produzidos com a uva francesa (ou basca?) Tannat. Além da inevitável comparação de terroirs, neste caso entre uruguaios e brasileiros, tivemos a oportunidade de saborear a diferença produzida pela técnica de vinificação comparando os vinhos “normais” e o Tannat de Maceración Carbónica da uruguaia Pizzorno.
Maceração Carbônica – oi??
Alçada à fama pelos Beaujolais Nouveau, a técnica não é nova nem exclusiva dessa apelação: é também amplamente empregada (normalmente na forma de maceração semi-carbônica e em parcelas do vinho) em toda a Borgonha e norte do Rhône.
Com o tannat uruguaio essa técnica produz um vinho surpreendente. MESMO. A criatividade e vanguarda do seu emprego no Uruguai cativaram Patrício Tapas (editor do Guia Descorchados), que elegeu o vinho como Tannat Revelação no ano que o conheceu (2015) e desde então, todos os anos lhe faz menções honrosas.
Não fosse de Tannat seria “só” mais um vinho tinto simples, frutado e fresco. Mas é de Tannat. Isso dá um nó na cabeça da gente e faz aumentar (muito) minha reverência por enólogos talentosos e criativos.
Há uma breve recapitulação sobre a técnica de maceração carbônica no programa de hoje e uma mais completa nesse outro aqui – inclusive com trechos gravados com o enólogo e diretor da bodega, Carlos Pizzorno. Você também pode conferir a definição escrita da técnica no ABC do Simples Vinho.
Guerra de terroirs: Uruguai x Brasil
Para constrastar com o vinho produzido por maceração carbônica eu escolhi um tannat uruguaio do mesmo produtor – o Pizzorno. O Tannat Reserva 2015,