Natan Rufino | Áudio
A Primeira Ressurreição
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A Primeira Ressurreição
Os três textos mais explícitos sobre a doutrina da ressurreição dos mortos no Antigo Testamento são Isaías 26.19, Jó 19.25,26 e Daniel 12.1,2. Dois, dos três textos do Antigo Testamento que falavam sobre a ressurreição, a colocam depois da Tribulação. Em Daniel está escrito:
"1 Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro. 2 Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno".
O texto faz menção ao "tempo de angústia para Jacó" (Jeremias 30.7), esse tempo futuro do qual falaram muitos profetas, mesmo que tenham usado expressões diferentes uns dos outros. Jesus mesmo confirmou a singularidade deste tempo da história humana quando disse que "nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais" (Mateus 24.21).
Observe também que o texto de Daniel 12.1,2 fala no verso 1 que primeiro haverá o tempo de angústia e no verso 2 ele fala da ressurreição. Se pudermos considerar a ordem apresentada no texto de Daniel como significativa, isso nos fará pensar que primeiro virá a Tribulação e após esta Tribulação escatológica, prevista e anunciada por diversos profetas (não depois de "uma grande tribulação" no sentido geral e comum, depois da tribulação escatológica), virá a ressurreição dos mortos. Para corroborar essa ideia o texto de Jó também segue a mesma linha de raciocínio, pois ele diz "Eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus" (Jó 19.25,26). Jó diz que somente depois que o redentor, que é Jesus, "se levantar sobre a terra" seu corpo será revestido novamente da sua pele para que ele, de volta ao seu corpo, veja a Deus face a face. Jó está fazendo uma menção ao momento em que o Senhor Jesus descerá dos céus e estabelecerá o seu reino na terra a partir de Jerusalém, depois da Tribulação.
Embora não sejam os únicos textos que poderiam ser usados para tratar desse assunto, as passagens acima são suficientes para estabelecer que a ressurreição prevista no Antigo Testamento é colocada após a Tribulação do fim dos dias.
As Escrituras como um todo ensinam essencialmente dois tipos de ressurreições: a "ressurreição dos justos" (Lucas 14.14) e a "ressurreição do juízo" (João 5.29). Isso, o Antigo Testamento já ensinava, como pode ser visto no texto de Daniel 12, porém, foi apenas no Novo Testamento que se descobriu que os justos ressuscitariam primeiro. Até então não havia textos suficientes que fizessem as pessoas saber que justos e injustos não ressuscitariam no mesmo dia. Quando Jesus falou sobre "ressuscitar DENTRE os mortos", isso fez com o que os discípulos não o entendessem, pois ainda não se conhecia o conceito de uma ressurreição parcial dos mortos, ou seja, um homem ressuscitando enquanto os outros continuariam lá (Marcos 9.9,10). A ideia de uma ressurreição geral dos mortos era relativamente comum, mas a ideia de alguém ressuscitar "dentre os mortos", enquanto os outros continuassem mortos, era inédita. A partir de Jesus vai se estabelecer nos textos do Novo Testamento que todos os justos ressuscitarão antes de todos os ímpios. No entanto, isso não quer dizer que todos os justos também ressuscitariam juntos, de uma vez só. Afinal, Jesus, o primeiro justo a ressuscitar dos mortos, ressuscitou sozinho, muitos anos atrás. Após as declarações de Jesus sobre a "ressurreição dentre os mortos", Paulo vai receber informações de Jesus, em suas aparições, de que haverá uma ressurreição seletiva, onde apenas os "mortos em Cristo" ressuscitarão e os "vivos em Cristo" serão transformados.