Natan Rufino | Áudio
Oferta financeira não é investimento para ficar rico | Natan Rufino
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Acredito que pelo menos os cristãos devem saber que o dízimo não foi uma invenção de Moisés e nem surgiu na história do mundo a partir da Lei que o mesmo compilou. Textos bíblicos revelam que cerca de 430 anos antes da Lei de Moisés Abraão já cria e praticava o princípio do dízimo (Gênesis 14.18-20).
É bem provável que Abraão tenha aprendido sobre o dízimo de seus antepassados e, da mesma forma, o tenha repassado para seus descendentes; pois vemos que a Bíblia relata que seu neto, Jacó, também veio a crer e praticar o mesmo princípio do dízimo (Gênesis 28.20-22). É possível que Jacó o tenha aprendido com seu pai Isaque, que por sua vez tenha aprendido com seu pai Abraão, que também tenha aprendido com seu pai, e assim sucessivamente.
Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, que era reconhecido como sacerdote do Deus altíssimo (Hebreus 7.1). A Bíblia também diz que as características da história pessoal de Melquisedeque “o faziam ser semelhante ao filho de Deus” (Hebreus 7.3). Quando o autor da epístola aos Hebreus fala de Melquisedeque no capítulo 7, seu objetivo parece ser comunicar a ideia de que na terra são homens mortais os que recebem dízimos, mas pela história de Melquisedeque com Abraão devemos compreender que, paralelamente a isso, Jesus Cristo os recebe no céu. Por isso ele diz: “aliás, aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, aquele de quem se testifica que vive” (Hebreus 7.8).
Observe pelo menos três pontos interessantes sobre o versículo 8 do capítulo 7 de hebreus:
1. O autor da epístola diz “aqui SÃO homens mortais que RECEBEM dízimos”; veja que ele não disse “ERAM homens mortais os que RECEBIAM dízimos”, ou seja, na cabeça do autor da epístola a prática da entrega dos dízimos ainda era válida no momento em que ele está escrevendo a carta. Ele não considera o dízimo como uma coisa da Lei, ou ultrapassada, em relação à Nova Aliança; por isso ele conjuga os verbos no presente;
2. O autor da epístola diz “os homens recebem os dízimos”. Ele se refere a pessoas e não a prédios; seres humanos e não templos. Mais claro do que isso impossível: “homens mortais recebem dízimos”. Segundo ele os dízimos devem ser recebidos por homens, que, provavelmente, sejam homens que desenvolvam alguma atividade ministerial na dispensação em que vivem.
3. O autor da epístola diz que “aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali (naquela história entre Melquisedeque e Abraão) quem os recebe é AQUELE DE QUEM (Melquisedeque testifica que vive)”. Melquisedeque testificava sobre Jesus, que é aquele que vive para sempre. Em outras palavras o autor da epístola está dizendo o seguinte: “aqui na terra ainda são homens mortais os que recebem os dízimos, mas na história de Melquisedeque e Abraão quem os recebe é aquele de quem Melquisedeque dá testemunho que vive”. Os homens recebem na terra, mas Jesus os recebe no céu.
O sentido primordial dos dízimos parece sempre ter sido sustentar os ministros de Deus pelo serviço que prestavam durante as dispensações em que eles viveram. Um dos textos onde isso aparece de forma clara é Números 18.
Número 18.21,23
21 Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, PELO SERVIÇO QUE PRESTAM, serviço da tenda da congregação.
23 Mas os levitas FARÃO O SERVIÇO DA TENDA DA CONGREGAÇÃO e responderão por suas faltas; estatuto perpétuo é este para todas as vossas gerações. E não terão eles nenhuma herança no meio dos filhos de Israel.
Antes da Lei Melquisedeque se tornou uma referência sobre o recebimento dos dízimos, e nas Escrituras ele é reconhecido como um ministro de Deus, um sacerdote do Deus altíssimo. Quando chega no Novo Testamento Paulo confirma o mesmo princípio do dízimo:
1 Coríntios 9.13,14
13 Não sabeis vós que OS QUE PRESTAM SERVIÇOS SAGRADOS do próprio templo se alimentam? E QUEM SERVE AO ALTAR DO ALTAR TIRA O SEU SUSTENTO?
E para corroborar a declaração e a veracidade de suas palavras,