Natan Rufino | Áudio
A Lei e a Graça: Na Lei Moisés mandava mantar. Na Graça Cristo faz viver!
Este não é um estudo exaustivo sobre as questões bíblicas relacionadas à Lei de Moisés ou à graça de Deus expressa através de Cristo Jesus, mas uma abordagem mais especifica com o propósito de promover um relacionamento mais amoroso entre os irmãos. Um relacionamento mais compassivo, misericordioso e cheio de amor. Por esta razão o texto da mulher apanhada em flagrante adultério serve como pano de fundo para este objetivo.
Quando os escribas e fariseus procuraram Jesus com a mulher apanhada no ato do adultério eles não tinham o menor interesse em fazer aquilo para "agradar a Deus". A preocupação deles não é "fazer o que Deus deseja". O texto deixa claro que o objetivo deles é contrastar a abordagem compassiva de Jesus com as ordens diretas de Moisés a respeito da questão. Eles sabiam que Jesus tinha fama de ser amigo de pecadores, amigo de publicanos corruptos e prostitutas. Claro que isso não significava que Jesus aprovasse os comportamentos errados das pessoas com quem tinha contato, mas a verdade é que ele não se esquivava da presença de tais pessoas por se achar superior ou por não querer "manchar sua reputação", como costumam fazer líderes religiosos. Enquanto o texto citado pelos escribas e fariseus dizia que Moisés havia mandado matar "tais mulheres", eles sabiam que, pelo que conheciam do perfil ministerial de Jesus, ele faria tudo para deixá-la viver. O objetivo deles era fazer Jesus se pronunciar claramente contra a ordem de Moisés, para terem de que o acusar. Todavia, o que eles não esperavam, era que Jesus conseguisse fazer a mulher viver, não executando-a como Moisés havia determinado, sem necessariamente dizer: "Não façam o que está escrito na Lei de Moisés".
Jesus havia vindo à terra justamente com o objetivo de estabelecer uma Nova Aliança, um novo tipo de lei. A sua vinda encerraria o período da Lei de Moisés e iniciaria um novo tempo. No entanto, esta Nova Aliança, esta nova lei, só iniciaria depois que Jesus houvesse morrido, sido sepultado, subido aos céus e enviado o Espírito Santo. Durante todo o tempo que o Senhor Jesus esteve na terra, ele ministrou debaixo da Antiga Aliança, sob a Lei de Moisés, que até então, ainda era a "lei de Deus" vigente na época. Exatamente por isso ele não poderia falar abertamente tudo que tinha para falar, pois seria incompreendido e perderia seus ouvintes. Por esta razão ele disse que "vinho novo se conserva em odres novos" e que seria tolice tentar "usar pedaço de pano novo para remendar buraco de tecido antigo". Ele precisava esperar até que o povo estivesse pronto para ouvir e receber as coisas do Espírito Santo que haveria de vir. Nem para os discípulos ele falava tudo que gostaria. Em certa ocasião ele disse: "tenho muita coisa para vos dizer, mas não podereis suportar ainda; mas quando vier o Espírito Santo ele vos guiará a toda verdade, e nesse tempo vocês vão se lembrar das coisas que eu dizia". A "lei de Deus", que até então estava diretamente associada à Lei de Moisés, só iria mudar quando houvesse uma mudança no sacerdócio instituído por Deus, como explica o autor de Hebreus ao dizer que somente "quando se muda o sacerdócio, que se faz necessária uma mudança na lei" (Hebreus 7.12). Quando Jesus estava na terra nem sacerdote ele poderia ser de acordo com a Lei de Moisés, pois o mesmo era da tribo de Judá, tribo a respeito da qual Moisés nunca atribuiu sacerdócio (Hebreus 7.13,14). Por causa de questões dessa natureza, Jesus tinha que andar "pisando em ovos" em suas declarações e abordagens, pois seu objetivo era "cumprir as preceitos da Lei durante a sua crucificação no Calvário e não revogá-la antes do seu pleno cumprimento profético".
A Lei de Moisés não havia sido dada com o objetivo de justificar, e sim com o objetivo de condenar! Exatamente por isso, para "cumprir a lei", Jesus seria condenado, amaldiçoado por Deus na cruz de acordo com os símbolos proféticos da Lei. Por isso Paulo explica que "ele se fez maldito em nosso lugar; poque está escrito:...