Natan Rufino | Áudio
A Grande Tribulação e os Judeus
Em meio a tantas dúvidas e questionamentos em relação aos acontecimentos dos últimos dias está a pergunta de um milhão de dólares: O Corpo de Cristo está mesmo destinado por Deus a passar pela grande tribulação?
Daí surge a necessidade de se considerar o que as Escrituras chamam de “A Grande Tribulação”. Afinal, no meio acadêmico existe um debate conceitual sobre o que seria a tal da Tribulação. Seria uma suposta futura perseguição dos pecadores contra os cristãos? Seria o derramamento da ira de Deus sobre os pecadores? A perseguição do Anticristo e seus exércitos contra o povo judeu? Um evento extraordinário onde os poderes dos céus e da terra serão abalados como manifestação do juízo divino? Ou uma mistura de alguns destes elementos numa coisa só?
Em termos gerais podemos dizer que a tribulação futura sobre a qual a Bíblia fala, que está associada ao tempo da manifestação do Anticristo em Jerusalém, será um período de uma aflição sem precedentes e sem repetição. Em outras palavras, segundo Jesus, será um tempo de tamanha tribulação como DESDE O PRINCÍPIO DO MUNDO NUNCA HOUVE e NUNCA JAMAIS HAVERÁ (Mateus 24.21 e Marcos 13.19).
Acredito que a única maneira de compreender o que Jesus tinha em mente quando proferiu os terríveis acontecimentos listados no famoso texto de Mateus 24 seja levando a sério o contexto claro da ocasião e comparando-o com outros textos que parecem apontar para este mesmo período único na história: a tal da tribulação sem precedentes e sem repetição. Como se trata de um acontecimento isolado, pontual (sem precedentes e sem repetições), não deveria ser difícil de identifica-lo nas Escrituras, pois afinal será um tempo único, sem repetição na linha do tempo.
Temos diversas passagens bíblicas falando sobre este futuro tempo de tormento e angústia que há de vir. O profeta Jeremias declarou: “Ah! Que grande é aquele dia, e NÃO HÁ OUTRO SEMELHANTE! É tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será livre dela” (Jr 30.7). Daniel também registrou: “Haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo” (Dn 12.1). Um pouco depois Daniel acrescentou que tais coisas se cumpririam somente “depois que acabasse o poder do povo santo” (Dn 12.7). Os textos acima estão falando sobre um tempo de angústia para o povo de Israel que os quebrantará, mas ao final Israel será salvo.
O POVO SANTO
Por causa da influência irresponsável da teologia da substituição alguns hoje em dia não entendem textos como Daniel 12.7 quando falam sobre “o povo santo”. Supõem, erroneamente, que textos assim falam sobre a Igreja e não sobre o povo de Israel. Acham que as Escrituras não chamariam Israel de “o povo santo” depois de terem rejeitado o Senhor Jesus e que somente a Igreja poderia ser chamada assim (ainda que na época do texto de Daniel a Igreja de Cristo sequer existia). No entanto, tudo isso não passa de tolice. Simples tolice e uma possível falta de conhecimento do Novo Testamento. Se a Igreja tivesse tomado o lugar de Israel não teríamos textos no próprio Novo Testamento que continuam fazendo a diferenciação entre um e outro (1 Co 10.32, Atos 4.10, Atos 3.12, Atos 5.21). Paulo falando da dureza dos judeus em relação à vontade de Deus ainda pergunta: “Terá Deus, porventura, rejeitado O SEU POVO?”. O próprio Paulo responde: “De modo nenhum! Porque eu também sou israelita da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. DEUS NÃO REJEITOU O SEU POVO, a quem de antemão conheceu” (Romanos 11.1-2). Que “povo de Deus” é esse do qual Paulo está falando? O Corpo de Cristo? A igreja? Claro que não! Paulo está chamando Israel de O POVO DE DEUS! E caso alguém não tenha percebido, Paulo está dizendo isso depois de a Igreja do Senhor Jesus já ter sido estabelecida. A razão disso é porque Paulo não confundia as coisas como alguns estão fazendo hoje em dia. É pela falta de compreensão de que os judeus são o povo escolhido de Deus que ao lerem em Mateus sobre os “elei...