Eu penso que a razão de muita gente usar expressões de Romanos 9 para sugerir a ideia de uma predestinação fatalista e arbitrária da parte de Deus, se deve à falta de compreensão dos capítulos anteriores onde Paulo vem desenvolvendo a ideia entre a não diferenciação entre judeus e gentios aos olhos de Deus. Paulo tenta mostrar que todos os homens serão julgados e condenados por suas obras, ao mesmo tempo que mostra que qualquer um será justificado pela fé, pois Deus não faz acepção de pessoas.
O Capítulo 9 é um momento crítico no discurso de paulo quando ele usa de uma abordagem extrema para mostrar como Deus não está subjugado aos conceitos separatistas judaicos. Por isso ele usa exemplos que para a cultura judaica eram constrangedores: Isaque fora abençoado e não o primogênito, Jacó fora abençoado e não o primogênito. E para silenciar os argumentos de que o judeu deveria ter sua salvação garantida e predestinada, Paulo diz que Deus "tem misericórdia de quem quer, e endurece a quem lhe apraz". Paulo não está dizendo que os judeus estão destinados à perdição ou à salvação, mas está tentando demonstrar que Deus, como uma pessoa, tem seus próprios padrões. Há coisas que lhe agradam e coisas que lhe desagradam. No entanto, todo aquele que se corrigir de seus erros, será um vaso útil nas mãos do seu possuidor. Por isso depois do seu desabafo, Paulo acrescenta: "Irmãos, a boa vontade do meu coração e minha súplica a Deus a favor deles [dos judeus] são para que sejam salvos" (Romanos 10.1).
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