Natan Rufino | Áudio

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Casamento, Divórcio e a Vontade de Deus | 1 | Natan Rufino

September 30, 2015

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O texto que se encontra em Mateus 19.3-12 registra dois diálogos interessantes sobre casamento, divórcio e a vontade de Deus quanto ao assunto. O primeiro diálogo é desenvolvido entre Jesus e os fariseus, que o abordam quanto à legitimidade de um divórcio efetuado por "qualquer motivo". Para surpresa dos fariseus, Jesus responde dizendo que "a vontade de Deus" é que o homem e a mulher que se uniram pelo matrimônio não se separem.

Em seu argumento Jesus demonstra que a resposta para tais dúvidas se encontram na leitura atenta das Escrituras. Isto fica claro pela sua resposta: "não tendes lido?" (Mt 19.4). É como se Jesus dissesse: "quem lê o que está escrito sabe o que é permitido e o que não é". Para as respostas básicas deste e de outros assuntos, não há necessidade de revelações extras, basta ficar com aquilo que já está escrito!

Então, o que era isso que estava escrito que Jesus fez questão de mencionar? Além disso, como tal coisa escrita responderia a dúvida dos fariseus?

Jesus cita apenas dois textos do livro de Gênesis garantindo que lá estariam as respostas às suas dúvidas:

"Não tendes lido que o Criador, desde o princípio os fez homem e mulher?" (Gn 1.27);
"e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?" (Gn 2.24).

Caso alguém não compreendesse o que tais textos realmente significavam, Jesus fez questão de comentá-los de forma explicita, dizendo: "Se pela união do matrimônio, criado por Deus, eles se tornam uma carne só, então, o homem não deve separar aquilo que Deus idealizou para ficar junto" (Mt 19.6).
Os fariseus, não satisfeitos, ou poderíamos dizer "ainda motivados pelo interesse de satisfazer seus próprios anseios", eles insistem na discussão tentando chegar ao concesso de que um homem pode sim separar não importando muito qual seja o motivo. Se Jesus diz que as respostas estão na Bíblia, então eles também citam a Bíblia! "Se não devemos nos separar por que então Moisés mandou dar carta de divórcio e repudiar?" (Mt 19.7). E aqui nós vemos como corremos o risco de interpretar textos das Sagradas Escrituras ao nosso "bel-prazer" se não formos atenciosos à função do contexto da passagem escolhida.

Jesus diz claramente que a permissão de Moisés (e não o mandamento) para repudiar, foi uma permissão temporária devido à condição espiritual dos homens, mas que agora, de Cristo para frente, a condição espiritual humana seria restaurada ao padrão inicial, assim possibilitando ao homem viver à luz do que Deus havia estabelecido desde o princípio!

No entanto, se os fariseus queriam saber se era permitido separar-se "por qualquer motivo", Jesus responde bem objetivamente dizendo: "não é possível separar-se por qualquer motivo e ainda assim estar com o coração tranquilo diante de Deus, pois o único motivo que isentaria o homem de culpa numa possível separação e contração de novas nupcias, seria a traição por parte da esposa" (Mt 19.9). É preciso que se diga: Ainda que Jesus tenha permitido a separação por este único motivo, ele não a obrigou! Ele não fica obrigado a ter que continuar com a esposa, mas também não se torna obrigado a separar-se dela! O Cônjuge traído ainda tem duas opções divinamente pré-aprovadas: A separação ou a restauração.

Quando fica claro para os discípulos de Cristo que ele não apoiava uma separação banal (por qualquer motivo) chegou a vez deles mesmos se pronunciarem também: "Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar" (Mt 19.10). Sim, eles demonstram terem entendido muito bem o que Jesus falou! Esta realmente É a CONDIÇÃO DO HOMEM relativamente À SUA MULHER! O único erro deles se encontra na conclusão a que chegaram depois de terem entendido a condição do homem estabelecida por Deus em relação à sua mulher. O ponto errado na declaração dos discípulos se encontra apenas na ideia de que "não convém casar".