Jordan Peele já era um comediante famoso e um roteirista de relativo prestígio quando resolveu estrear também na cadeira de diretor com seu filme autoral Corra!, de 2019. O resultado foi um sucesso retumbante e indicações que lhe valeram o primeiro Oscar entregue a um roteirista negro, desde que o Oscar é Oscar. Além disso, Peele também foi o primeiro cineasta negro a ser indicado como produtor, roteirista e diretor no mesmo ano. E tudo isso não é por acaso. O cinema de Jordan Peele ataca a ferida aberta do racismo ainda enraizado na sociedade e utiliza do terror para explicitar de forma lúdica o absurdo que isso representa.

Restava saber se Jordan Peele era um "one hit wonder" ou se sua marca autoral continuaria resultando em obras que nos fazem pensar e enxergar nosso mundo com olhos menos privilegiados. Nós, que estreou no dia 21 de março, é a resposta que precisávamos. Agora chegou a hora de esmiuçarmos os significados, interpretações e elementos cinematográficos de Nós, para entender melhor o universo perverso que Peele não criou, mas nos mostra através de sua lente.

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