Antes de mais nada deixa eu falar: EU. NÃO. IMAGINAVA. QUE. GOSTARIA. TANTO. DESSE. LIVRO. Após essa declaração completo ainda com: Ove me conquistou. Ok, foi aos poucos bemmm aos poucos muito lentamente e somente depois de entender um pouquinho sobre ele, mas me conquistou sim.
A vida de Ove sempre foi comum, e ele sempre passou por coisas que não compreendia e nem fazia questão de compreender, já que é isso seria uma perda de tempo. Entre o presente onde ele já se encontra mais velho e com mais tempo livre, também temos recordações de sua jornada até os dias atuais e de tudo o que ele viveu. Poderia ser a vida de qualquer um, mas hoje é a de Ove.
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“Não era para a vida ser assim, é a única coisa que ele sente.”

Ove não entende porque as pessoas trabalham menos hoje em dia, e nem o porquê de não conseguirem realizar coisas básicas do dia a dia como trocar um pneu ou simplesmente usar uma escada corretamente. Ele culpa um monte de gente por um monte de coisas, segundo Ove tem bastante coisa errada nos dias atuais, e em resumo ele é um tanto quanto rabugento. E isso é com tudo, desde seres humanos até gatos, principalmente com gatos.
Em meio a lembrar de toda uma vida, vemos desde a sua infância, diversas situações cômicas e momentos emocionantes se passam pela cabeça dele. Mas, claro que para Ove foi só algo que aconteceu, nada de mais, é a vida e pronto. Ove é um homem prático, que vive de um modo antiquado, mas que funciona para ele. Com o passar do tempo ele mudou pouca coisa da sua vida, mesmo assim nessa história ele lembra de vários momentos. Desde coisas boas até coisas que o fizeram sofrer, coisas pelas quais ele teve que passar para ser quem é hoje. Ainda mais agora que depois de anos, desde que ele se lembra, ele não está mais trabalhando e sem ter com o que ocupar a mente, os pensamentos de toda a sua vida voltam.

“E depois, quando algumas de suas amigas perguntavam por que ela o amava, ela respondia que era porque a maioria das pessoas foge de um incêndio, mas pessoas como Ove correm na direção dele.”

Não sei como, e nem exatamente os motivos pelos quais, mas eu confesso que me apeguei a Ove. Talvez ele lembre um pouco minha própria rabugice, ou talvez por eu ter descoberto pequenos detalhes da vida dele que mudaram todo o conceito que eu tinha no começo. Ou simplesmente porque não tem como não gostar de Ove. Apesar de ele aparentar extrema hostilidade, ele não é assim, e quem realmente tenta consegue perceber isso. Sem contar que por conta disso temos cenas hilárias. Também não vou exagerar dizendo que ele é amoroso, não cheguemos a tanto hahaha, mas posso afirmar sim que embaixo de toda aquela armadura que ele carrega a vida inteira existe bondade. Aos poucos se percebe isso pelas memórias de sua vida, não é que ele tenha motivos para ser rabugento e desconfiado, mas certas coisas que aconteceram na sua vida o deixaram desse jeito.
Por outro lado a sua história de amor com sua esposa mostra o porquê ele ser bondoso e o porque em alguns momentos “ajudar” (do jeito Ove de ser) os outros. Pequenas coisas que aconteceram que o mudaram, aliás foi uma das muitas coisas que gostei aqui, ver que o passado dele refletiu em como ele é atualmente.

“Digam o que quiserem, Ove, mas você é o super-herói mais estranho que já ouvi falar.”

Apesar deste livro me fazer dar boas risadas tem uma boa dose de drama também. Por tudo que ele passou e pelo que ele passa atualmente, eu terminei esse livro querendo me levantar e aplaudir de pé o autor por me proporcionar tantas coisas durante a leitura.
Este livro pra mim foi surpreendente, apesar de saber que foi bem vendido no exterior e de que tem um filme às vezes nada disso prova que uma história é boa né? mas não é o caso aqui. A leitura me prendeu, apesar de a escrita ter um ritmo constante nada tão avassalador,